quarta-feira, 3 de março de 2010

Nossa Sociedade Me Fez Assim...



Memórias

Um momento mágico de Luz...




Desfilando no palco da vida no Estado Sul – Matogrossense, batendo de porta em porta, oferecendo meu primeiro livro, intitulado “Minhas Singelas Pegadas”.
Descobri o quanto eu tinha para oferecer a nossa sociedade, que pouco conhece a pessoa com deficiência, a cada comercio que eu entrava para oferecer a minha simples obra, escrita em 44 paginas, essas 44 paginas trazia um pouquinho de minha infância, as pessoas compravam, uns para me ajudar e outros para saber como era ser uma pessoa com deficiência, as vezes eu e, me incomodava com o jeito rode que era tratada por aqueles que desconhecia o valor que era esta vendendo aquele meu trabalho, mas logo eu percebia que aquelas pessoas, sabiam muito pouco da vida de uma pessoa com deficiência, e dali eu não rancaria nenhum aplauso, mas eu seguia meu caminho, sempre na esperança que no próximo comercio alguém aplaudiria a minha obra.

Os aplausos que não vinham...
E uma Explicação...


Num desses dias que eu não conseguia tirar nenhum aplauso do público, por um momento parei, a beira de uma rua movimentada, e minha face molhou de lagrimas. Nesse instante as neblinas se dissiparam e alguém surgiu: - Sorriu-me paternalmente inclinou-se, fixou seus olhos grandes e negros aos meus e disse – me: "Coragem! – Eu respondi, as minhas esta se esvaindo. - “O Senhor disse-me; - Aplaude essas suas lagrimas, elas são como gota de orvalho numa pétala de flor, você é essa pétala, depois de leve oscila e cai como uma lagrima de amor”. Fiquei com um sorriso na face.
Reencontrei, no outro dia e ele me disse: - Senti - se melhor? “Filha veja as suas dificuldades como um sinal de crescimento e tenha consciência de que há formas novas e diferentes de encarar situações como esta, é sinal de crescimento aceitar que é um Ser diferente, precisa e necessita ser partilhado, e não tenha medo da reação de seu próximo. É sinal de crescimento aceitar a sua deficiência! Reconhecer a verdade do nosso mundo interior, deixando que o mundo exterior seja como é! Não deixe que sua felicidade dependa de seu mundo lá fora".
Com um medo terrível, implorei piedade e clamei contra o doloroso desânimo que me subjugava o espírito; mas, quando o silêncio implacável me absorvia a voz, lamentos mais comovedores que os meus, respondiam aos clamores.
A paisagem, quando não totalmente escura, parecia banhada de luz, inventada por mim. Pensamentos angustiosos atritavam meu cérebro. Em verdade, eu não era uma criminosa no meu próprio conceito. Mas, examinando atentamente a mim mesma, algo me fazia experimentar a noção de tempo perdido, com a silenciosa acusação. - gritos assim, me cercavam por todos os lados. Por vezes, os enxergava de relance, escorregadios, quando meu desespero atingia o auge, mobilizando as minhas energias.

Um aprendizagem...


Pois o que me faltava era aprender com o passado, ao invés de esquecê-lo, celebrá-lo, ao invés de ficar permanentemente maldizendo os fracassos, enfrentar e mudar a realidade, deixar de sofrer com a minha incapacidade. Buscar aprender era preciso.

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